Era uma vez - Fábulas e Lendas: maio 2013

Olá, crianças!

22 de maio de 2013

A Lenda do Tsuru


Era uma vez um camponês muito pobre. Vivia em uma cabana tosca e seu único alimento eram algumas verduras que colhia de sua terra cansada
Um dia, ele encontrou uma garça machucada, com a asa destroçada. Por isso ela não podia voar e buscar alimento: isto a deixou muito fraca, à beira da morte.
O camponês teve pena da garça, cuidou de sua asinha e pacientemente colocou em seu bico algumas sementes. Sua bondade a livrou da morte e quando ela pôde voar, o camponês a soltou.
Alguns dias depois, uma mulher adorável apareceu em sua casa e pediu que lhe desse abrigo por uma noite. O camponês, por ser bom, não negaria esta caridade a qualquer pessoa, mas a beleza da mulher fez com que ele acreditasse que deixá-la dormir em sua pobre cabana era realmente uma honra. Os dois se apaixonaram e se casaram.
A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita, e assim eles viviam muito felizes. Mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade em viver sozinho, ficou muito difícil cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.
Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial (tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época). Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, mas ela alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.
O homem construiu uma outra pequena cabana nos fundos de sua casa e lá ela trabalhou, trancada, durante três dias. O marido só ouvia o som do tear batendo, e a curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.
Quando o som de tecelagem parou, ela saiu com um tecido muito bonito, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos. A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de Tsuru”.
Ele levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo. O vendedor pagou com muitas moedas de ouro por ele. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir.
Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes. O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.
Um dia, ela disse que não poderia tecer por um bom tempo. Ela estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.
O camponês a amava muito e acreditava naquilo que ela dizia, porém tinha experimentado a cobiça e, como havia contraído algumas dívidas na cidade, pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez. No princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.
Desta vez ela não saiu no terceiro dia, como era de costume. E o homem ficou preocupado. Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse. E isso começou a deixar o marido desesperado.
No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.
Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se uma garça, muito parecida com aquela que o camponês havia curado.
O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava. Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.
Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver sua esposa sair dela com vida.
A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trémulas. Entregou-o para o marido e disse:
- Agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, assim eu não posso ficar mais com você!
Então, ela se transformou em uma garça e voou, deixando o camponês em lágrimas.

Lendas do Mundo (Lenda japosesa)


11 de maio de 2013

O Leão e o Asno- Esopo.



Um Leão e um Asno combinaram que iriam caçar juntos. Em sua busca por presas, logo os caçadores viram um grupo de Cabras Selvagens que se esconderam numa caverna, e então resolveram traçar um plano para capturá-las. O Asno entraria na caverna e se encarregaria de atraí-las para fora. O Leão, claro, ficaria do lado de fora à espreita, pronto para atacá-las, tão logo de lá saíssem.

O plano funcionou com perfeição. Estando as Cabras tranqüilas, distraídas e confiantes de que estavam em segurança no seu retiro, não perceberam que o Asno ali adentrara. O animal invasor, de surpresa, fez um barulho tão assustador, pulando e zurrando, com toda força que lhe era possível dispor, que as Cabras, tomadas de pânico, não tiveram outra reação senão correrem para todos os lados assustadas.
logo, um pouco recuperadas do susto, conseguiram encontrar a saída do confinamento, e julgando que estariam mais seguras do lado de fora, saíram dali correndo em disparada, apenas para caírem indefesas nas garras do Leão que, de prontidão, as aguardava à entrada da caverna.

Orgulhoso do seu feito, o Asno saiu para fora da caverna e disse: "Você viu como coloquei todas à correr?".

Ao que o Leão respondeu: "Sim, sem dúvida, e se eu não conhecesse você tão bem, certamente que faria a mesma coisa que elas".


Moral da História:
O fanfarrão com seu vozeirão e exibicionismo, não é capaz de impressionar aqueles que já o conhecem.